O Serviço de Apoio às Pequenas Empresas de Mato Grosso (Sebrae/MT), em parceria com as prefeituras de Campo Novo do Parecis e Sapezal, realiza a ‘2ª edição da EtnoExpo Turismo’, para fomentar o etnoturismo, além de fortalecer a cultura, gastronomia e empreendedorismo dos povos indígenas da região. A ação acontece de 09 a 11 de outubro, na Aldeia Salto da Mulher, em Campo Novo do Parecis.
A coordenadora do Sebrae Nacional do Turismo, Ana Clévia Guerreiro, destaca o etnoturismo como um dos segmentos mais importantes para o turismo brasileiro, pela identidade única e capacidade de posicionar o país no mercado internacional.
“Eventos como a EtnoExpo são estratégicos, principalmente para ouvirmos as comunidades, que têm voz e vez. O Sebrae se destaca como uma verdadeira instituição de apoio, fortalecendo o empreendedorismo e o turismo, além de preservar uma identidade que é singular e secular, e que atrai turistas de outros países”, afirma.
Pelo menos 15 das 42 etnias de Mato Grosso participam do evento para debater ações que promovam o desenvolvimento do turismo, especialmente nos territórios indígenas. A estratégia do Sebrae/MT prevê impulsionar o turismo sustentável, e Campo Novo do Parecis se tornou referência para a expansão desse segmento no estado.
“Esta ação foca em gestão sustentável, fruto de uma parceria entre o Centro Sebrae de Sustentabilidade, o Sebrae e as prefeituras. É essencial gerenciar todos os resíduos gerados, promovendo o desenvolvimento e um turismo consciente, em cada comunidade”, diz Wlademir Silva, gerente regional do Sebrae/MT em Tangará da Serra.
Do ponto de vista mercadológico, o operador de turismo Valdir Telles, diz que o potencial do etnoturismo é imenso. “É um produto muito bom, com amplas possibilidades. Precisamos desmistificar a ideia de que Mato Grosso é apenas um destino econômico, tanto que aqui, temos culturas ricas e diversas etnias se preparando para receber turistas. Este é um grande momento para nós, operadores de turismo no estado”.
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Aprendizados e conhecimentos
Durante o evento foram realizadas apresentações culturais, amostras de artefatos, artesanatos, alimentos e bebidas típicas. Além disso, são discutidas ações focadas no desenvolvimento regional, com palestras, painéis e rodas de conversa. A troca de conhecimento, contou com a participação de empreendedores indígenas, palestrantes do Ministério dos Povos Indígenas e da Embratur, para discutirem a gestão compartilhada e a preservação da cultura dos povos tradicionais.
Tapy Pataxó, que veio de Barra Velha, BA, compartilhou suas experiências e aprendizados. “Território é algo demarcado, onde cada povo tem sua forma de trabalhar, sempre reforçando sua história e cultura. Para nós, isso não é diferente; trabalhamos com turismo, fortalecendo e compartilhando nossos conhecimentos, enquanto as pessoas se identificam com suas origens e histórias”, explica.
O responsável pelo projeto de Etnoturismo na Aldeia Salto Belo, Cleiton Terena, atua na comunidade há cinco anos e destaca que as parcerias com o Sebrae/MT e as prefeituras têm sido fundamentais para fortalecer o trabalho. “Tínhamos ideias, mas não sabíamos como organizá-las, tanto internamente na comunidade quanto formalmente. A partir desse momento, tudo começou a clarear e a se estruturar”, diz Terena.
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Resultados e conquistas
O Sebrae/MT investe no etnoturismo em Mato Grosso, utilizando a região de Campo Novo do Parecis como projeto piloto. Nos últimos três anos, o Sebrae trabalhou em parceria com a etnia Parecis, realizando capacitações e adequações em gestão para posicionar suas oito aldeias no mercado.
Durante o evento, foi feita a entrega dos planos de visitação protocolados na FUNAI. “Foram entregues oito planos de visitação das aldeias e ainda apresentamos uma metodologia desenvolvida na região à gestora estadual, que se destaca como modelo para o Brasil. Esperamos compartilhar esse conhecimento valioso, construído pelo Sebrae ao longo de três anos dentro do território”, afirma o gerente do Sebrae/MT.
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